sábado, 11 de julho de 2009

Inverno

A sua voz quente em meus olhos.
O meu corpo todo inteiro naquele espaço e naquele tempo.
O mês é julho: sou paisagem deserta, filha do inverno. E sinto tudo o que se desfaz nesta estação.
Você disse: os teus olhos brilham e brilham este espaço cinza.
Os meus olhos descansam em paisagens geladas.
Quando caminho pelas ruas solitárias, e há frio, e há silêncio, e o meu nariz está vermelho, e o rosto pálido e as minhas mãos estão geladas, eu sinto a vida realizar-se com força.
Você disse que sou filha do vento e que em mim há um vasto silêncio. E disse mesmo que sempre envelheço no inverno.