quarta-feira, 22 de julho de 2009

a rua


O homem vagueia sem cessar...e avança para dentro de si.
 um dia já foi, ele encontra o menino por detrás da janela de vidro a olhar o mundo. E o mundo todo era apenas uma rua repleta de outros meninos guardiães da infância.

O menino não sabia que havia eternidade nos gritos sorridentes dos outros meninos. E o homem não sabia que havia maravilha ao pisar em espaços desconhecidos do mesmo lugar.

Quando o mundo todo era apenas uma rua, a rua era o lugar maravilha de todas as coisas inexistentes.

sábado, 11 de julho de 2009

Inverno

A sua voz quente em meus olhos.
O meu corpo todo inteiro naquele espaço e naquele tempo.
O mês é julho: sou paisagem deserta, filha do inverno. E sinto tudo o que se desfaz nesta estação.
Você disse: os teus olhos brilham e brilham este espaço cinza.
Os meus olhos descansam em paisagens geladas.
Quando caminho pelas ruas solitárias, e há frio, e há silêncio, e o meu nariz está vermelho, e o rosto pálido e as minhas mãos estão geladas, eu sinto a vida realizar-se com força.
Você disse que sou filha do vento e que em mim há um vasto silêncio. E disse mesmo que sempre envelheço no inverno.